Uma das atrações das locadoras neste mês, por exemplo, é “Aquaman”. Para a surpresa de muitos, as distribuidoras continuam a lançar filmes neste formato físico, alimentando locadoras que resistem ao streaming e ao Video on Demand, entre elas a Star Video e a ArtVideo, ambas em Belo Horizonte.
O que une Randolpho Paiva e Marlene Lisboa Gomes, proprietários dessas lojas, é o amor incondicional à sétima arte. Em 2010, havia 2 mil locadoras de filmes registradas no Sindicato ver filmes online HD das Empresas de Vídeo em São Paulo.
Para sobreviver, os empresários do setor tiveram que partir para um plano B. Mesmo sendo uma assídua frequentadora das videolocadoras, Greyce não ignora os serviços virtuais, como o Netflix, do qual é assinante há dois anos e usa para assistir a séries. Ela admite que é mais fácil encontrar os filmes no ambiente online, mas prefere as videolocadoras para encontrar filmes clássicos e a filmografia de seus autores favoritos.
Alguns desistiram e hoje dependem de outra fonte de renda, outros continuaram no comércio e mudaram seu ramo de atividade. Passar na locadora mais próxima e pegar alguns filmes em DVD para assistir no fim de semana. Alternativa de lazer muito comum há dez anos, as videolocadoras não existem apenas na memórias dos “mais antigos”.
Apesar de a grande maioria das lojas ter fechado as portas, ainda é possível buscar um filme que você só encontrará no velho formato em DVD. Já o empresário Antônio Carlos Cardoso de Sá optou por um caminho diferente. Ele foi dono de uma rede tradicional de videolocadoras em São Paulo que chegou a ter 5 mil clientes e hoje tem 1 mil.
Nem todos, contudo, foram gentis e leais com a locadora ao longo de sua existência. Uma minoria de “clientes” causou prejuízos na ordem de R$ 90 mil, resultado de filmes furtados, não devolvidos e diárias não pagas. Um deles, o estudante de Radiologia, Tiago Moraes, 21 anos de idade, levou para casa duas temporadas da série ‘Vikings’ a R$ 29,90, cada. “Eu alugava filmes direto aqui, vou ter saudades da locadora”, diz o jovem piracicabano.
A diversificação consiste em oferecer outros produtos e serviços aos clientes, como lanchonete, conveniência, livraria, loja de presentes, etc.
Outra alternativa é firmar-se para um público específico, seguindo uma linha de filmes, como clássicos, cults, que geralmente recebem pouca atenção das grandes redes ou dos sites da internet. Apesar das facilidades da internet, muitos jovens descobriram os encantos das locadoras de vídeo. Para ele, poder estar imerso em um espaço onde se vive a sétima arte é uma experiência sem igual. “Vejo por plataformas digitais, mas gosto mesmo é de vir pra cá.
A GP Vídeolocadora, uma das últimas locadora de bairro, hoje é pizzaria GP. O ex-proprietário do negócio, Paulo Fernando, explicou que a locadora de filmes não suportou a concorrência, depois de permanecer por 10 anos em funcionamento.
A pirataria, a possibilidade de baixar arquivos e a expansão do sistema “TV on demand” minaram o negócio de locação de vídeo nos últimos 15 anos. A locadora foi fundada em 2003 e era uma das franquias da rede 100% Video, que, aliás, também encerrou suas operações no ano passado após duas décadas. A 100% Video pegou o fim da fase do VHS, a transição para o DVD e a chegada do Blu-ray. “Chegamos a ter quatro mil clientes ativos por mês, esse foi um período muito legal”, comenta Nancy.
A ideia de Jason, obviamente, não é competir com as lucrativas plataformas de streaming da atualidade, como a Netflix. Os frequentadores do local, por enquanto, são apenas seus amigos e conhecidos. O curioso é pensar que a obra teve uma produção cheia de problemas e que na época do seu lançamento não foi muito bem aceita pelos críticos.
Dinâmica tecnológica eevolução do modelo de negócios de videolocadoras. O primeiro grande golpe no mercado foi a venda da gigante Blockbuster, líder mundial do segmento, que após valer mais de US$ 5 bilhões (R$ 7,95 bilhões) foi vendida por US$ 320 milhões (R$ 508,51 milhões). Em Fortaleza, os lojistas também foram duramente afetados.
Grandes redes foram dissolvidas e, hoje, encontrar uma videolocadora é uma tarefa árdua. A redação do Diário do Nordeste Plus fez um levantamento de estabelecimentos listados no Google Maps e foi atendida apenas por 23 das 85 videolocadoras da lista. Fitas VHS e videocassetes foram objetos assíduos em Seinfeld durante as nove temporadas. Logo no começo do segundo episódio, Seinfeld e Elaine Benes (Julia Louis-Dreyfus) apareceram na locadora Champagne Video, a preferida da turma.
Alguns Filmes
Mas nem só de sexo vive o adolescente. Havia também os filmes mais cabecinhas que tratavam de relacionamento com os pais, drogas, e a descoberta do amor. É o caso do ator Anthony Michael Hall, o carinha dos filmes Gatinhas e gatões , Clube dos 5 e Mulher Nota 1000 , todos dirigidos por John Hughes em 1985.
Por outro lado, diariamente, dez pessoas abrem cadastro na loja e cerca de 200 filmes são alugados no estabelecimento. A analista judiciária Elizabeth Lugão, que é cliente da videolocadora, apoia que as videolocadoras sejam mantidas, apesar do avanço das tecnologias. “Alguns filmes não são encontrados para download, e, quando são encontrados, são de baixa qualidade”, justificou.
A estimativa dele é de que hoje a videolocadora tenha em seu acervo aproximadamente 30 mil filmes nos formatos DVD e Blu-Ray. “Somos a única com essa proporção em Goiânia”, vangloriou-se.
Mudanças para o Futuro
A pá de cal, segundo ele, será no momento em que as distribuidoras começarem a interromper os lançamentos em DVD. “Não será vantajoso para elas fazer mídia física para um mercado de 200 locadoras no Brasil”.
Para felicidade da cliente assídua, Marlene não pretende fechar a locadora, mesmo quando as distribuidoras pararem de lançar filmes. “Vai se tornar uma raridade e isso chama a atenção também. Veja o caso dos vinis, que voltaram à moda hoje”, aposta.